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73 ANOS DA DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DA PESSOA HUMANA

Dossiê ANTRA 5a edição/2022

*Disponibilizado gratuitamente em sua versão digital para download em antrabrasil.org/assassinatos   

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LGBTfobia MATA!! 

Seja no esporte, no dia a dia ou nas redes sociais, a homofobia é crime, passível de pena de 1 a 3 anos de prisão. Somadas a elas estão situações como a lesbofobia, a bifobia e a transfobia.(DPRJ)
A justificativa de “liberdade de expressão” não pode ser utilizada para declarações homofóbicas. Disfarçadas de opinião, elas são poderosas armas em um país como o Brasil, que segue sendo um dos países que mais mata pessoas LGBTQIA+ no mundo. 

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Senador sofre ataque homofóbico e pede respeito

‘Sua família não é melhor que a minha’, disse em discurso emocionante contra a homofobia no país, o senador da República Fabiano Contarato, assumidamente homossexual, casado com um homem com quem tem dois filhos, e que foi vítima de ataque homofóbico por empresário bolsonarista em rede social.

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O presidente Jair Bolsonaro foi condenado a pagar R$ 150 mil, por danos morais. A ação foi motivada por declarações homofóbicas feitas por ele no programa “CQC” , da TV Bandeirantes, em 2011. Após a decisão da Justiça do Rio, Bolsonaro havia entrado com embargos no tribunal. Por três votos a dois, os desembargadores decidiram manter a condenação e a pena aplicada. Os valores devem ser corrigidos até a data de execução da condenação.

A ação que já dura 10 anos foi movida pelo Grupo Diversidade Niterói (@grupodiversidadeniteroigdn ), GAI e CaboFree, e a indenização será para ações contra a LGBTIfobia. Ficando o Grupo Diversidade Niterói (GDN) como a instituição a frente do processo desde o início de sua tramitação, representada pela Advogada Clara Silveira Belato. (Inform. Antra – Associação Nacional de Travestis e Transexuais)

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A principal característica do fascismo é sua aversão ao novo, à diferença, à diversidade, à consciência crítica e à “dinâmica da verdade”, que de maneira nenhuma se submete à pasmaceira de crenças e dogmas consagrados como verdades absolutas, imutáveis e inquestionáveis. As “esquerdas” precisam entender que a mentalidade fascista está longe de ser propriedade exclusiva da direita. Qualquer coisa que se pretenda tomar como verdade-certeza é dogmática, negacionista, totalmente oposta ao conhecimento e, portanto, fascista na sua própria essência. O fascismo é uma doença invasiva e altamente corrosiva que não ataca somente as cabeças mumificadas da direita reacionária e conservadora, mas também as cabeças mumificadas da própria esquerda, ainda que elas tentem apresentar-se convenientemente disfarçadas de “progressismo revolucionário”

(Letícia Lanz)

 

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BRASIL TEM 80 ASSASSINATOS DE TRANS E TRAVESTIS

NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2021

Segundo relatório do Antra-Associação Nacional de Travestis e Transexuais,  foi registrado a morte de 89 de travestis e transexuais no primeiro semestre deste ano, 80 delas por assassinato e as outras nove por suicídio. A associação alertou que as vítimas tinham menos de 35 anos e que, como não há dados oficiais, o número de assassinatos neste tempo pode ser maior. Foram Também mapeadas outras 33 tentativas de assassinato contra a população T, sendo a maioria das vítimas negra, do gênero feminino, entre os 13 e 35 anos, e os estados com maior número de casos são: Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo.

Um dos destaques do documento é o assassinto de Keron Ravach, a adolescente trans de 13 anos que foi assassinada ainda no início do ano em Camocim, no interior do Ceará. Ela se tornou a vítima mais jovem da transfeminicídio que se tem registro no Brasil, desde que a Antra começou a contabilizar os assassinatos, em 2017.

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ASSASSINATOS DE PESSOAS TRANS AUMENTARAM 41% EM 2020

Relatório da Antra mostra que 175 mulheres trans foram assassinadas ano passado; 78% das vítimas fatais eram negras

 

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O CRESCIMENTO DA HOMOFOBIA NO BRASIL EM 2020

 

 

TV norueguesa entrevista Eduardo Michels

Logo depois da agressão sofrida em 2017, o jornalista norueguês Arnt Halvard Stefansen entrevistou Eduardo e Flavio. Agora, três anos depois, Stefansen produziu nova matéria com o casal, que foi publicada tanto em formato impresso como em formato televisivo através da emissora NRK, empresa de propriedade do governo norueguês e maior organização de mídia da Noruega.
Eduardo e Flavio continuam firmes, apesar de todos os sofrimentos pelos quais têm passado. Suas vozes continuam sendo ouvidas dentro e fora do país. 
Veja matéria completa escrita por Sergio Viula no site “Fora do Armário“:

 

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 Presidente do Supremo lança coletânea com

jurisprudência e bibliografia sobre diversidade

 

A obra reúne os principais julgamentos do STF sobre o tema da diversidade sexual e da garantia de direitos humanos e fundamentais da comunidade LGBTI+

 

 

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OMISSÃO DO ESTADO BRASILEIRO EM RELAÇÃO A

DEFESA DA POPULAÇÃO LGBTI 

 

O atual governo Brasileiro está alinhado a ideologias fundamentalistas e conservadoras especialmente no tocante a direitos da população LGBTI e pautas de gênero. O que fica evidente no texto de votação na ONU, no qual invisibilizou temas importantes como as violências de gênero, o respeito à identidade e orientação sexual, assim como direitos sexuais e reprodutivos, enfrentamento à tortura, genocídio da juventude negra e o enfrentamento do machismo e da intolerância religiosa. Ferindo pautas fundamentais em Direitos Humanos e para a população brasileira, manipulando a opinião pública ao assinar um compromisso, sem se comprometer com sua execução. O texto ainda não faz menção a ações afirmativas para garantir a inclusão, o respeito e a dignidade das LGBT junto à sociedade tampouco fala de qualquer política específica para o grupo.

 

Leia a nota completa da ANTRA

ANTRA

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Sem títuloFonte: Antra.oficial

 

 

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Sheila Baum________________________

LGBT+60 – Corpos que Resistem

 

III° Seminário Velhices LGBT:

resistência, superação e um legado de esperança

Histórias de resistência

 

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Dudu e Flávio: 22 anos juntos e mais fortalecidos após violência homofóbica

Vítimas da homofobia, Eduardo Michels e Flávio, ambos com 62 anos, foram agredidos por vizinhos, em 2017. Hoje, casal celebra o amor e conta como vem vencendo traumas (por Yuri Fernandes – projeto colabora)

 
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UN Human Rights

 
Tratamento justo e proteção contra violência e abuso são coisas que muitos de nós tomamos como certo. Entretanto, para milhões de lésbicas, gays, bissexuais, pessoas trans, travestis e intersexuais (LGBTI), a justiça está longe de ser uma garantia. Globalmente, muitos países mantêm leis ultrapassadas ou repressoras, engatinhando em direção ao progresso pela igualdade LGBTI ou propositadamente rejeitando esses avanços.
 
Por isso, ser LGBTI frequentemente significa esconder quem você é ou correr risco de sofrer rejeição, discriminação e violência. Em alguns países, isso se traduz em detenções, sentenças de privação de liberdade ou, até mesmo, a pena de morte. Reformas legislativas são urgentemente necessárias para proteger pessoas de atos de injustiça e abuso, bem como responsabilizar os perpetradores dessas violações.
 
Progressos efetivos têm sido alcançados na luta pela igualdade, mas ainda há muito a ser feito. É por isso que é tão importante expressar o nosso apoio pela igualdade LGBTI e mostrar a governos em todo o mundo que seus cidadãos e suas cidadãs não apoiam qualquer forma de repressão ou abuso.
 
É hora de intensificar os esforços globais pela igualdade. Junte-se à ONU na reivindicação por justiça e proteção para todas as pessoas, não importa quem sejam ou quem amem.

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STF: HOMOTRANSFOBIA É CRIME DE RACISMO !!

 

STF – Súmula da decisão na íntegra:

 

ADO 26/DF

1. Até que sobrevenha lei emanada do Congresso Nacional destinada a implementar os mandados de criminalização definidos nos incisos XLI e XLII do art. 5º da Constituição da República, as condutas homofóbicas e transfóbicas, reais ou supostas, que envolvem aversão odiosa à orientação sexual ou à identidade de gênero de alguém, por traduzirem expressões de racismo, compreendido este em sua dimensão social, ajustam-se, por identidade de razão e mediante adequação típica, aos preceitos primários de incriminação definidos na Lei nº 7.716, de 08/01/1989, constituindo, também, na hipótese de homicídio doloso, circunstância que o qualifica, por configurar motivo torpe (Código Penal, art. 121, § 2º, I, “in fine”);

2. A repressão penal à prática da homotransfobia não alcança nem restringe ou limita o exercício da liberdade religiosa, qualquer que seja a denominação confessional professada, a cujos fiéis e ministros (sacerdotes, pastores, rabinos, mulás ou clérigos muçulmanos e líderes ou celebrantes das religiões afro-brasileiras, entre outros) é assegurado o direito de pregar e de divulgar, livremente, pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio, o seu pensamento e de externar suas convicções de acordo com o que se contiver em seus livros e códigos sagrados, bem assim o de ensinar segundo sua orientação doutrinária e/ou teológica, podendo buscar e conquistar prosélitos e praticar os atos de culto e respectiva liturgia, independentemente do espaço, público ou privado, de sua atuação individual ou coletiva, desde que tais manifestações não configurem discurso de ódio, assim entendidas aquelas exteriorizações que incitem a discriminação, a hostilidade ou a violência contra pessoas em razão de sua orientação sexual ou de sua identidade de gênero;

3. O conceito de racismo, compreendido em sua dimensão social, projeta-se para além de aspectos estritamente biológicos ou fenotípicos, pois resulta, enquanto manifestação de poder, de uma construção de índole histórico-cultural motivada pelo objetivo de justificar a desigualdade e destinada ao controle ideológico, à dominação política, à subjugação social e à negação da alteridade, da dignidade e da humanidade daqueles que, por integrarem grupo vulnerável (LGBTI+) e por não pertencerem ao estamento que detém posição de hegemonia em uma dada estrutura social, são considerados estranhos e diferentes, degradados à condição de marginais do ordenamento jurídico, expostos, em consequência de odiosa inferiorização e de perversa estigmatização, a uma injusta e lesiva situação de exclusão do sistema geral de proteção do direito.

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“Embora muitos líderes religiosos estejam tentando virar o jogo, apelando por uma abordagem mais inclusiva, que se preocupe com as pessoas LGBTI como todas as outras, suas vozes são abafadas muito frequentemente por lideranças mais populistas”, lamentou o dirigente.

 

LGBTFOBIA É CRIME DE RACISMO

CONTRA A HUMANIDADE !!

NEGAR A CRIMINALIZAÇÃO DA HOMOTRANSFOBIA É INSTITUCIONALIZAR A PROPAGANDA HOMOFÓBICA. NENHUMA LEGISLAÇÃO PODE ATENDER MENOS DO QUE O STF MANIFESTOU AO TÉRMINO DA VOTAÇÃO! TODOS OS LGBTS ASSASSINADOS NO BRASIL, ESTÃO DO TUMULO A GRITAR POR JUSTIÇA!! BRASIL CONTRA O RACISMO E A FAVOR DOS DIREITOS HUMANOS!! O LEVANTE DE TODAS AS CORES – TAMBORES DE OLOKUN – MANIFESTO COR

 

 

#ÉRacismoSim! #CriminalizaSim!

 

JULGAMENTO HISTÓRICO

 

APÓS 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Criminalização da homofobia pelo STF é um novo marco civilizatório Internacional, uma vitória de todo movimento LGBT no Brasil e no Mundo.

Advogada e ativista dos Direitos Humanos Dra. Maria Eduarda Aguiar, representando a ANTRA, e falando como “Amicus Curiae” no STF, em defesa da criminalização da homofobia e da transfobia.

 

Dr. Paulo Iotti, advogado que moveu as ações, citou vários casos de violência contra a população LGBT+ e defendeu que cabe ao Supremo Tribunal Federal, garantir proteção aos nossos direitos fundamentais.

 

“Depois de termos passado os horrores do nazifascismo e do Holocausto, nunca mais se imaginou que o ser humano poderia ser vítima dessa discriminação em alto grau de violência.” Luiz Fux, ministro do STF, em seu voto

 

MENTES QUE ILUMINAM TODA A SOCIEDADE

 

Secularismo humanista: razão e empatia à serviço da vida, das liberdades e garantias e dos DIREITOS FUNDAMENTAIS DA PESSOA HUMANA. 

 

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STF JULGA HOMOFOBIA COMO CRIME

DE RACISMO NO BRASIL

 

Em sessão plenário do Supremo Tribunal Federal se debruça sobre os crimes motivados pela aversão a homossexuais. Na pauta, o direito de expressar a sexualidade, sem ser alvo de violência brutal. Em julgamento histórico, o voto do decano Min. Celso de Mello, relator da ação que pede a criminalização da homofobia e da transfobia, com mais de 130 paginas contendo lições históricas sobre o ódio contra a população LGBT no brasil, citando pesquisas realizadas por Eduardo Michels, autor dos relatórios anuais divulgados em parceria com GGB durante os últimos dez anos. 

 

 

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A BANALIDADE DO MAL HOMOTRANSFOBICO

 

 

 

 

Sem título

 

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INCLUSÃO DA HOMOFOBIA NA

LEI ANTÍ-RACISMO !!

 

STF: O Caso Ellwanger(2003) é uma referência onde o STF entendeu o entendimento de racismo como um conceito político social mais amplo, não só para questão de raça, cor de pele, mas que se enquadra em qualquer tipo de inferiorização de um grupo por outro, por um atributo que o grupo tenha. Então agora se pede a inclusão da comunidade LGBTI”, tendo em vista que a tutela penal relativa aos crimes raciais, já protege igualmente o preconceito derivado de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, queremos apenas incluir a homofobia na lei contra o racismo, Lei nº 9.459/97 que define os crimes de preconceito.

 

NEGAR A INCLUSÃO DA HOMOFOBIA A LEI CONTRA O RACISMO É INSTITUCIONALIZAR A PROPAGANDA HOMOFÓBICA!!

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Ministério Publico Federal: HOMOFOBIA É RACISMO !!

 

O que estamos pedindo e a inclusão da comunidade LGBTI”, tendo em vista que a tutela penal relativa aos crimes raciais, já protege igualmente o preconceito derivado de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, queremos apenas incluir a homofobia na lei contra o racismo, Lei nº 9.459/97 que define os crimes de preconceito.

O Brasil é o país que mais mata LGBTIs no mundo, segundo dados levantado pelo pesquisador Eduardo Michels, criador deste site e da hemeroteca digital, que possui o maior banco de dados mundial sobre homicídio e suicídio de LGBTI+ no país, ativo há quase dez anos, sem nenhum apoio governamental, onde somente este ano, já foram documentados 372 casos fatais no período de 01/01 até 30/11/2018. Vítimas da LGBTFOBIA, enquanto frutos de uma cultura machista e racista estrutural Brasileira, que faz uma pessoa LGBTI assassinada a cada 19 horas e isso certamente ainda, com dados subestimados.

 

 

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STF ADVERTE: HOMOFOBIA MATA!

 

BRASIL CAMPEÃO MUNDIAL DE MORTES POR LGBTFOBIA!!
NEGAR A CRIMINALIZAÇÃO DA HOMOFOBIA É INSTITUCIONALIZAR A PROPAGANDA HOMOFÓBICA. 
HomofobiaMata – 10 anos na Luta por Direitos Humanos no Brasil. 

 

 

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HOMOFOBIA

 

 

 

A luta pelos direitos LGBTs se tornou a nova fronteira dos direitos humanos. A luta é pela proteção de toda a família humana. Não se trata de direitos dos homossexuais, é sobre os direitos humanos de todas as minorias sociais marginalizadas! 
Estudo do site “Homofobia Mata” divulgado mostra que, entre 2011 e o ano de 2012, o número de homossexuais mortos no Brasil aumentou 27%. No total, 338 gays foram assassinados no país em 2012, contra 266 mortes registradas no ano anterior. “Um LGBT é violentamente assassinado a cada 24 horas. Essa violência ficou fora do controle do governo federal e dos governos estaduais”, Os altos números têm quatro principais questões: aumento da violência no país, crescimento da violência contra gays, ausência de políticas públicas direcionadas a essa minoria e a inexistência de legislação específica que criminalize a homofobia.

 

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A filósofa e escritora francesa Simone de Beauvoir em seu livro O Segundo Sexo refletiu a respeito da condição da mulher na sociedade e compreendeu que a “figura feminina” e as características e posturas que lhes são atribuídas nada mais são do que construções sociais produzidas de acordo com a história. Levando em consideração a constatação dessa importante escritora feminista – e concordando com ela – preferi então me referir aos que se convencionou chamar de gays “afeminados” como gays “com características mais delicadas” e em sua oposição aos gays denominados “masculinizados” como gays “menos delicados”. A minha preferência pelo uso dessas expressões possui a clara constatação de que características como a delicadeza, sensibilidade, afabilidade, impolidez, rudeza, aspereza entre outras podem pertencer aos dois gêneros, não sendo assim características fixas e natas pertencentes apenas a um ou outro gênero. A preferência pelo não uso dos termos “afeminado” e “masculinizado” também leva em consideração toda a carga de machismo de que estão impregnados.

Em relação a essas características ditas masculinas e femininas é muito comum ouvirmos os gays com características menos delicadas, os chamados “masculinizados”, dizerem que os gays mais delicados ou “afeminados” não os representam e ainda “queimam” a “imagem” dos gays perante a sociedade. Nesse pensamento pouco reflexivo, esses gays menos delicados, responsabilizam os gays com características mais delicadas pelo recrudescimento da homofobia na sociedade. A esses gays que discriminam os mais delicados fazendo uso dessa argumentação cabe um questionamento: Existe alguma imagem de gay idealizada pelos homofóbicos que não seja alvo de seus preconceitos? Existe alguma imagem positiva que a sociedade tenha criado de algum gay que o isente de ser alvo do preconceito? É evidente que não. Então, que imagem os gays mais delicados estão “queimando”? Para os preconceituosos não importa se você é mais delicado ou nada delicado. O que importa para eles é que você sendo gay se relaciona afetivo e sexualmente com homens, e isso é papel da mulher, logo, você será inferior por supostamente se sujeitar a um papel considerado deplorável.

E o preconceito dos gays menos delicados contra os mais delicados vai além. É muito comum encontrarmos frases como “Não sou, nem curto afeminados”, “Odeio afeminados!”, etc em status de msn, chats e sites de “pegação” gay. Uma grande parte dessas sentenças são normalmente escritas ou proferidas por gays menos delicados que ainda se encontram “no armário”. Muitos dos gays que escrevem ou dizem em alto e bom som essas frases se defendem afirmando que não estão sendo preconceituosos por se tratar apenas de uma preferência, que apenas não se sentem atraídos pelos gays mais delicados. Mas se tratasse apenas de uma preferência, porque então não afirmarem apenas as suas preferências em frases como “gosto de gays masculinizados”? Porque então o uso de frases que desmerecem aqueles que não são os alvos de suas pretensões?

O que está por trás dessas sentenças contra os mais delicados nada mais é que a repetição do machismo onde tudo que eventualmente esteja ligado ao que se convencionou pertencer ao universo feminino seja algo inferior e motivo de censura e constrangimento. Quando se trata de homens, gays ou não, que possuem essas características ditas “femininas” ele logo é rotulado de “afrescalhado”, “afeminado”, “mulherzinha” e advertido que isso é coisa de “viado”. Essa censura serve como intimidação aos homens para que eles não ousem transitar pelo território “feminino” e nem queiram assumir um papel que está relegado às mulheres, pois se assim fizerem, logo serão considerados inferiores e tratados como tal. Essa situação ilustra muito bem a íntima relação que existe entre a misoginia, o machismo e a homofobia. Infelizmente esse pensamento machista não é repetido apenas por homens heterossexuais. Muitos homens gays – mesmo sofrendo com a homofobia que tem forte vinculação com o machismo – ainda repetem esse pensamento em ações como o menosprezo e antipatia por gays com características mais delicadas.

Muitas vezes, nem mesmo as mulheres conseguem escapar desse pensamento machista. Ainda hoje, mesmo após décadas de luta do movimento feminista pela emancipação da mulher e de luta contra o machismo presente na sociedade patriarcal, muitas mulheres ainda o reproduz para os seus filhos, amigos, pretendentes ou companheiros. Até mesmo um simples ato de presentear uma criança pode acabar contribuindo para a perpetuação das ideias machistas. Quem nunca ouviu algumas mães repreendendo seus filhos ainda pequenos com frases do tipo: ”Deixa a boneca da sua irmã, isso não é brinquedo para menino!”, “Vá brincar com seus carrinhos!” ou até mesmo aquelas mulheres que presenteiam as meninas com casinhas, fogõezinhos, panelinhas enquanto compram para os meninos carrões, jogos de estratégia e bonecos “bombados” armados até os dentes?

Ao contrário do que pensa os gays com características menos delicadas, os gays mais delicados não fazem recrudescer a homofobia e nem os menos delicados deixam de ser alvo dela. Como afirma Didier Eribon, “Às vezes, não é preciso gesto algum: a aparência ou as roupas bastam para desencadear o ódio. Tanto contra os gays mais assumidos quanto contra aqueles que o são menos ou não o são nem um pouco, contra os que “se exibem” como contra os que dão prova de “discrição”, a possibilidade de ser objeto da agressão verbal ou física permanece onipresente”*. Nem mesmo os gays naturalmente menos delicados – ou aqueles que pelo receio de serem vitimas da homofobia na sociedade se esforcem ou até desenvolvam uma limitada capacidade de controlar os gestos e a fala – estarão a salvo de serem vitimas dessa violência. Eribon compara a homofobia onipresente na sociedade como um “constante assédio moral” na vida de todos os gays independentemente de serem eles mais ou nada delicados.

 

* ERIBON, Didier. Reflexões sobre a questão gay. Rio de Janeiro: Companhia de Freud, 2008. 445p.

 

RODRIGUES, Jadilson. Aonipresença homofóbica: a íntima relação entre o machismo e a homofobia. Disponível em:

 

http://homosapienssapiensbrazil.blogspot.com/2010/05/onipresenca-homofobica.html.

 

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 Homofobia é o termo utilizado para designar uma espécie de medo irracional diante da homossexualidade ou da pessoa homossexual, colocando este em posição de inferioridade e utilizando-se, muitas vezes, para isso, de violência física e/ou verbal.

 

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A palavra homofobia significa a repulsa ou o preconceito contra a homossexualidade e/ou o homossexual. Esse termo teria sido utilizado pela primeira vez nos Estados Unidos em meados dos anos 70 e, a partir dos anos 90, teria sido difundido ao redor do mundo.  A palavra fobia denomina uma espécie de “medo irracional”, e o fato de ter sido empregada nesse sentido é motivo de discussão ainda entre alguns teóricos com relação ao emprego do termo. Assim, entende-se que não se deve resumir o conceito a esse significado.

 

Podemos entender a homofobia, assim como as outras formas de preconceito, como uma atitude de colocar a outra pessoa, no caso, o homossexual, na condição de inferioridade, de anormalidade, baseada no domínio da lógica heteronormativa, ou seja, da heterossexualidade como padrão, norma. A homofobia é a expressão do que podemos chamar de hierarquização das sexualidades. Todavia, deve-se compreender a legitimidade da forma homossexual de expressão da sexualidade humana.

 

No decorrer da história, inúmeras denominações foram usadas para identificar a homossexualidade, refletindo o caráter preconceituoso das sociedades que cunharam determinados termos, como: pecado mortal, perversão sexual, aberração.

 

Outro componente da homofobia é a projeção. Para a psicologia, a projeção é um mecanismo de defesa dos seres humanos, que coloca tudo aquilo que ameaça o ser humano como sendo algo externo a ele. Assim, o mal é sempre algo que está fora do sujeito e ainda, diferente daqueles com os quais se identifica. Por exemplo, por muitos anos, acreditou-se que a AIDS era uma doença que contaminava exclusivamente homossexuais. Dessa forma, o “aidético” era aquele que tinha relações homossexuais. Assim, as pessoas podiam se sentir protegidas, uma vez que o mal da AIDS não chegaria até elas (heterossexuais). A questão da AIDS é pouco discutida, mantendo confusões como essa em vigor e sustentando ideias infundadas. Algumas pesquisas apontam ainda para o medo que o homofóbico tem de se sentir atraído por alguém do mesmo sexo. Nesse sentido, o desejo é projetado para fora e rejeitado, a partir de ações homofóbicas.

 

 Assim, podemos entender a complexidade do fenômeno da homofobia que compreende desde as conhecidas “piadas” para ridicularizar até ações como violência e assassinato. A homofobia implica ainda numa visão patológica da homossexualidade, submetida a olhares clínicos, terapias e tentativas de “cura”.

 

A questão não se resume aos indivíduos homossexuais, ou seja, a homofobia compreende também questões da esfera pública, como a luta por direitos. Muitos comportamentos homofóbicos surgem justamente do medo da equivalência de direitos entre homo e heterossexuais, uma vez que isso significa, de certa maneira, o desaparecimento da hierarquia sexual estabelecida, como discutimos.

 

Podemos entender então que a homofobia compreende duas dimensões fundamentais: de um lado a questão afetiva, de uma rejeição ao homossexual; de outro, a dimensão cultural que destaca a questão cognitiva, onde o objeto do preconceito é a homossexualidade como fenômeno, e não o homossexual enquanto indivíduo.

 

Em maio de 2011, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a legalidade da união estável entre pessoas do mesmo sexo no Brasil. A decisão retomou discussões acerca dos direitos da homossexualidade, além de colocar a questão da homofobia em pauta.

 

Apesar das conquistas no campo dos direitos, a homossexualidade ainda enfrenta preconceitos. O reconhecimento legal da união homoafetiva não foi capaz de acabar com a homofobia, nem protegeu inúmeros homossexuais de serem rechaçados, muitas vezes de forma violenta.

 

Embora a homossexualidade era vista como transtorno mental , até o final de 1970, a maioria das pessoas têm crescido a compreender a situação das pessoas lésbicas, gays, bissexuais ou transexuais. Infelizmente, porém, ainda há um pouco de medo deles em nossas comunidades. Este medo da preferência sexual da própria pessoa e estilo de vida é quase sempre irracional e geralmente devido a uma inexperiência em torno desses diferentes grupos de pessoas. A homofobia é um medo exagerado, irracional ou extremo de homens gays e mulheres lésbicas, e, geralmente, vai levá-los ao medo e às vezes odeio esses grupos e, posteriormente, evitar a maioria das pessoas que encaramos como homossexual.

 

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TODA AGRESSÃO CONTRA LGBT

É CRIME HOMOFÓBICO

 

Homofobia é definida genericamente  como o ódio e violência contra membros da população LGBT. Toda violência contra gays, lésbicas, travestis e transexuais encontra-se permeada pela homofobia individual, cultural e institucional. Quando porem  se quer especificar o segmento vitimado, recomenda-se usar os termos lesbofobia, gayfobia, transfobia.

 

Delegados e jornalistas costumam  argumentar que nem todo crime contra homossexuais seria motivado pela  “homofobia’’, considerando que há ocasiões onde o elemento desencadeador da violência parece ser de origem passional (crimes provocados por parceiros/amantes), ou surge do desejo de roubar (latrocínios) ou está vinculado ao acerto de contas (cobrança de dívidas), etc.

 

A Vitimologia e Criminologia permitem-nos afirmar que a homofobia individual, cultural e institucional estão sempre  presentes quando um LGBT é vítima de violência.

 

Quando um gay é espancado ou morto por um machão ou pelo próprio parceiro sexual ou afetivo, por trás existe geralmente a motivação da homofobia individual internalizada, desencadeando no psiquismo do agressor sentimentos de ódio contra o “viado”. Daí a ocorrência de  extrema ferocidade dos crimes contra travestis e gays (pauladas, facadas, tortura, castração, muitos tiros), revelando o ódio profundo contra os LGBT e a incapacidade do agressor em  lidar com sua própria sexualidade.

 

Quais são os tipos de Homofobia – LGBTfobia?

 

A Homofobia Individual – Um sistema de crenças pessoais (um preconceito) que indica que se deve sentir pena das minorias sexuais, porque são infelizes e incapazes de controlar seus desejos, ou de que se deve odiá-las.

 

A Homofobia Interpessoal – Ocorre quando um viés ou preconceito pessoal afeta as relações entre indivíduos, transformando o preconceito em seu componente ativo – a discriminação.

 

A Homofobia Internalizada – Negação da própria orientação sexual (do reconhecimento das suas atrações emocionais e sexuais) para si mesmo e perante os outros.

 

A homofobia cultural – Ocorre quando as normas sociais ou códigos de conduta que, embora não expressamente escritos na forma de lei ou política, operam dentro de uma sociedade a fim de legitimar a opressão. Se revela nas atitudes sociais negativas das pessoas  para com a pessoa transexual ou homossexual, tendo origem no machismo, levando os LGBT à exclusão, marginalidade, perpetuando estereótipos da fragilidade física e social das vítimas, vulnerabilidades que favorecem o latrocínio, a agressão, a injúria e os crimes passionais. A homofobia cultural  afasta  também as pessoas a denunciarem e testemunharem contra os agressores, dificultando a apuração desses crimes.

 

A homofobia institucional – Blumfeld (1992) define a chamada ‘‘homofobia institucional’’ como praticas discriminatórias com base na orientação ou identidade sexual praticadas por governos, empresas e organizações educacionais, religiosas e profissionais. Exemplos clássicos dessa forma de homofobia são as declarações de autoridade religiosas para a grande mídia. Se manifesta na omissão das autoridades em investigar crimes contra LGBT, na recusa e mau atendimento das vítimas nas delegacias, na impunidade dos assassinos, na omissão do legislativo em aprovar leis que equiparem e punam a homofobia como ao crime de racismo, no veto do poder executivo a ações afirmativas que promovam a cidadania lgbt.

 

Portanto, todo crime cometido contra LGBTs tem sempre motivação homofóbica, seja em âmbito individual, cultural ou institucional, não raro interrelacionando tais fatores, devendo ser identificado como crime homofóbico e punido como crime de ódio. Homossexualidade e transexualidade são sempre agravantes na violência contra as minorias sexuais.

 

Dados gerados pelo DDH a partir dos relatos das próprias vítimas de agressões e discriminações associadas à homofobia, possibilitou uma análise produzida a partir dos primeiros 500 casos, que classificou a violência contra homossexuais em três grupos:

 

1) crimes interativos, isto é, agressões e discriminações ocorridas em casa, na vizinhança e entre parceiros, dos quais também as lésbicas e não apenas gays e travestis apareciam significativamente como vítimas,

 

2) crimes com fins de lucro, ou seja, chantagens, extorsões, “boa noite cinderela”, em geral praticados contra gays e travestis,

 

3) crimes de ódio, como graves ameaças, espancamentos e assassinatos, dos quais a maior parte das vítimas são travestis (Ramos, 2001).

 

Este estudo, juntamente com as pesquisas de vitimização das Paradas (CARRARA, CAETANO, RAMOS, 2003; CARRARA, RAMOS, 2005; CARRARA, RAMOS, SIMÕES, FACCHINI, 2006; CARRARA, RAMOS, MEDRADO, VIEIRA, 2007), da pesquisa sobre homofobia nas escolas (REPROLATINA, 2010) tem constituído uma série de esforços no sentido de caracterizar a complexidade da relação entre violência e sexualidade no Brasil, demonstrando variações significativas de acordo com marcadores como gênero, identidade sexual, idade, escolaridade e cor, diferindo bastante das imagens veiculadas pela mídia.

 

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Muitas vítimas de homofobia sentem-se impelidas a reprimir sua orientação sexual, seus hábitos e seus costumes, sendo freqüente a ocorrência de casos de depressão. É importante salientar que todo ser humano, independente de sua sexualidade, tem o direito ao tratamento digno e a um modo de vida aberto à busca de sua felicidade. A procura de ajuda psicológica e da Justiça é essencial para que a discriminação homofóbica afete da menor maneira possível a vida das vítimas.

 

A Constituição Federal brasileira não cita a homofobia diretamente como um crime. Todavia, define como “objetivo fundamental da República” (art. 3º, IV) o de “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade, ou quaisquer outras formas de discriminação”. É essencial ter consciência de que a homofobia está inclusa no item “outras formas de discriminação” sendo considerada crime de ódio e passível de punição.

 

Através da Lei Estadual 10.948/2001, o estado de São Paulo estabeleceu diferentes formas de punição a diversas atitudes discriminatórias relacionadas aos grupos de pessoas que tem manifestação sexual perseguida por homofóbicos e intolerantes. Atualmente está em tramitação no Congresso o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 122/2006 que tem como proposta a criminalização da discriminação gerada por diferentes identidades de gênero e orientação sexual.

 

Como Identificar 

 

A expressão homofóbica pode se dar das mais variadas formas. Em alguns casos a discriminação pode ser discreta e sutil, entretanto, muitas vezes, o preconceito se torna evidente com agressões verbais, físicas e morais. Qualquer que seja a forma de discriminação é importante a vítima denunciar o acontecido. A orientação sexual não deve, em hipótese alguma, ser motivo para o tratamento degradante de um ser humano. o agressor costuma usar palavras ofensivas para se dirigir à vítima ou aos LGBTI como um todo;

 

muitas vezes o agressor não reconhece seu preconceito e trata as ocorrências de discriminação como brincadeiras;

 

é comum o agressor fazer uso de ofensas verbais e morais ao se referir às minorias sexuais; a agressão física ocasionada pela homofobia é comum e envolve desde empurrões até atitudes que causem lesões mais sérias, como o espancamento;

 

o agressor costuma desprezar todas as formas de comportamento da vítima, considerando-os desviantes da normalidade;

 

o homofóbico costuma se dirigir à vítima como se esta fosse inferior,nojenta, degradante e fora da normalidade;

 

é costume do homofóbico a acusação de que as minorias sexuaisatentam contra os valores morais e éticos da sociedade;

 

o agressor costuma ficar mais agressivo ao ver explícitas demonstrações amorosas ou sexuais que fogem ao padrão heteronormativo (por exemplo: mãos dadas, beijos e carícias)

 

o agressor costuma negar serviços, promoção em cargos empregatícios e tratamento igualitário às vítimas;

 

Como Denunciar?

 

Não há justificativas para qualquer tipo de discriminação causada pela homofobia. Os LGBTI têm direito à expressão amorosa e sexual, e a explicitação desta não é desculpa para um comportamento agressivo. É muito importante denunciar qualquer tipo de atitude homofóbica. Toda Delegacia tem o dever de atender as vítimas de homofobia e de buscar por justiça. Além de ser um direito, é dever de todo cidadão denunciar esse tipo de ocorrência. Através da denúncia protege-se não apenas uma vítima, mas todo um grupo que futuramente poderia ser atacado.

 

A vítima deve exigir seus direitos e registrar um Boletim de Ocorrência. É de essencial importância buscar a ajuda de possíveis testemunhas na luta judicial a ser iniciada. Em caso de agressões físicas, a vítima não deve lavar-se nem trocar de roupa, já que tais atos deslegitimariam possíveis provas que devem ser buscadas através de um Exame de Corpo de Delito (a realização desse exame é indispensável). Se a violência acontecer através de danos à propriedade, roupas, símbolos, bandeiras e etc, deve-se deixar o local e os objetos da maneira como foram encontrados para que as autoridades competentes possam averiguar legitimamente o acontecido.

 

Causas da homofobia

 

Em contraste com a maioria das fobias, acredita-se amplamente que a homofobia é causada principalmente por meio direto de uma pessoa em vez de uma visão inerente realizada dentro deles ou qualquer série de eventos traumáticos . Aqui estão os dados demográficos mais comuns que relataram níveis mais elevados de homofobia:

 

  • Os homens mais velhos

  • Baixos níveis de educação

  • Religioso

  • Suporte de papéis tradicionais de gênero

  • Politicamente conservador

  • Residindo em uma área geográfica onde a tolerância de casamentos do mesmo sexo são incrivelmente baixo (regiões do sul dos Estados Unidos, por exemplo)

 

Homofobia é geralmente visto em um contexto socialmente negativa, os homens e as mulheres homossexuais não se vêem como fazer uma escolha em seus padrões de relacionamento, mas sim nascem com uma preferência sexual diferente . Este rotas de volta para a idéia de que, apesar de odiar a um grupo específico de pessoas, normalmente ser visto como moralmente errado, é injusto para odiar uma pessoa com base em uma decisão que eles não são capazes de fazer (sexo, raça, preferência sexual, etc .). Enquanto uma pessoa que é desprovida de fundamentos de relações homossexuais poderão ter direito à sua opinião, a homofobia é comumente conhecido para estender além dos limites da mente.Isso geralmente leva a separar questões como a segregação, a discriminação ou mesmo atos de violência física.

 

Tratamento da homofobia

 

Há uma variedade de opções de tratamento profissional para a homofobia. Estes incluem terapia comportamental , psicoterapia, terapia de exposição, técnicas de relaxamento e medicação. Não importa qual opção de tratamento que você escolher, pesquisar uma opção que melhor se adequa ao seu estilo de vida é importante.

 

Homofobia não só pode retê-lo em sua vida, ele também pode conter outros ao seu redor. Esta condição não é apenas um medo extremo e irracional de pessoas gays ou lésbicas, também é geralmente associado com um ódio ou desaprovação sincero de seus relacionamentos homossexuais. Este tornou-se recentemente um grande problema em nossa sociedade e, especialmente, nas comunidades LGBT. Fazer o esforço para a mudança vai fazer uma enorme diferença em sua vida pessoal, geralmente resultando em uma postura mais calma e serena em anteriormente percebidas situações estressantes . Se você está pronto para fazer essa alteração, o que irá resultar em mudanças positivas, tanto em nível pessoal e social, fazer alguma pesquisa inicial da internet para encontrar as melhores opções de tratamento disponíveis perto de você.

 

Ver Recursos

 

 

Read the Full Page: Homophobia – Causes of Homophobia – Treatment of Homophobia
AllAboutCounseling.com

 

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*Créditos da imagem: Patrycja Mic / Shutterstock.com
Juliana Spinelli Ferrari
Colaboradora Brasil Escola
Graduada em psicologia pela UNESP – Universidade Estadual Paulista
Curso de psicoterapia breve pela FUNDEB – Fundação para o Desenvolvimento de Bauru
Mestranda em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela USP – Universidade de São Paulo

 

 

A ostensiva onipresença

da homolesbotransfobia

 

A violência homotransfóbica está em todos os lugares. Em nossas próprias casas, em nossas famílias, na escola, no trabalho, na rua, pode estar em um ônibus, no cinema, no teatro, na praia ou em uma caminhada pelo calçadão. A violência homotransfóbica tem muitas formas e graus de expressão e não tem alvo certo. Como toda violência, torna-se descontrolada e, incontrolável, atinge qualquer um, em qualquer lugar e sob qualquer circunstância. A homofobia é um monstro cruel e de muitas faces – uma criatura implacável, de muitos braços, muitas pernas e muitas cabeças – vazias ou cheias de questões mal resolvidas, de ordem sexual, psicológica e social, perpassa todas as classes, todas as instâncias, tem muitas habilidades e acha até que pode ficar invisível, passar despercebida. Não, não fica. Ela passa despercebida apenas aos mais desavisados. Para nós, seus alvos preferidos, mas não exclusivos, ela é bem chamativa, feia e assustadora. 

 

 

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  • Homofobia é a aversão/medo/ódio direcionado à pessoas homossexuais,que podem ser gays,lésbicas,bissexuais e trans*.

    Lesbofobia é a homofobia praticada contra mulheres homossexuais.

    Bifobia é a aversão/medo;ódio direcionada especificamente contra pessoas bissexuais(que se relacionam com ambos os gêneros).

    Transfobia é a aversão/medo/ódio o direcionado às pessoas Trans*(transexuais,travestis,gender queer,etc),que podem ser homossexuais,heterossexuais,bissexuais,assexuais.

    Ocorre Homofobia quando a violência surge devido à orientação sexual;matou porque era gay,estuprou porque era lésbica,por exemplo.

    Ocorre Transfobia quando a violência surge devido à identidade de gênero;matou porque era travesti,proibiu a entrada no banheiro porque era Transexual,ignorou o nome social e a identidade de gênero com a qual a pessoa se identifica porque não se leva em conta a existência e legitimidade de pessoas trans*.

    Alguns ativistas usam o termo ”Homolesbitransfobia” para se referir ao conjunto da discriminação e ódio contra todos os membros da comunidade LGBT(Lésbicas,Gays,bissexuais e trans*).

    É importante ressaltar que essa divisão não foi criada para gerar confusão;cada prática de violência contra pessoas da comunidade LGBT possui uma dinâmica cultural que é ao mesmo tempo genérica e específica; a violência contra todos os membros da comunidade LGBT surge da fonte comum do machismo patriarcal,por exemplo,mas a forma como cada tipo de violência encontra legitimidade dentro do discurso de ódio é específica.

    Ainda sobre a questão da discriminação e violência homofóbica um adendo;algumas ativistas de coletivos lésbicos atualmente reexaminam se é adequado se referir ao emprego da lesbofobia como sinônimo para ”homofobia”;acreditam que há diferenças entre o tipo de aversão e ódio significativas o suficiente para se afirmar inclusive,que a homofobia é um fenômeno exclusivo que atinge os gays masculinos,e lesbofobia um tipo de violência/ódio/discriminação totalmente distinto.

    Em que pese o fato de que é preciso que se reconheça a visibilidade da luta das mulheres homossexuais,e neste sentido é absolutamente necessário o uso de ”lesbofobia” sempre que se for falar sobre a homofobia direcionada às mulheres s,eu pessoalmente ainda não me convenci de que homofobia e lesbofobia são dois fenômenos distintos.

    Não vejo lógica alguma no argumento até o presente;todas as diferenças elencadas não me parecem suficientemente sólidas.

    Inclusive na questão do estupro corretivo,uma prática lesbofóbica mundialmente reconhecida,costuma-se ignorar sobejamente que homens gays também são vítimas de estupros como forma de punição da sua própria homossexualidade desde épocas imemoriais.Há também relatos de homens heterossexuais estuprados porque foram confundidos com gays,como o soldado que foi violado pelos companheiros de quartel porque usava roupas justas.

    Neste particular,o estupro praticado contra gays sempre cai na categoria da galhofa;lembro-me de uma piada que meu irmão contou há alguns anos.Um gay foi estuprado e na delegacia ficava muito decepcionado quando descobriu que na reconstituição do crime ele não seria estuprado novamente.

    Posso estar muito enganado,mas eu tenho a nítida impressão de que a forma como a sociedade vê o estupro segue acompanhando uma linha hierárquica definida ;um homem heterossexual violado é uma tragédia.Uma mulher violada é crime.Um gay violado é gracejo.

    Há ainda no caso dos gays,a tendência de se descaracterizar o crime de estupro,geralmente por duas vias;o estuprador,porque engajado em relação sexual do mesmo sexo,é visto como ”parceiro homossexual”,ainda que o sexo seja forçado, e ainda que o estupro não diga nada sobre desejo,mas sobre poder,ainda que Kinsey tenha demonstrado que homens heterossexuais eventualmente se envolvem em relações do mesmo sexo.No caso onde realmente o agressor era outro homossexual,a natureza homofóbica do estupro não deveria ser descartada com tanta facilidade;homofobia interna também gera crime de ódio..

 

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Homofobia Cultural

 

Wilson Gomes

 

Delegados de polícia, jornalistas, e comentaristas dos fatos da vida nos jornais e em mídias sociais estão ficando especializados em estabelecer e descartar causas de crimes. “Foi latrocínio”, declara a Autoridade, esquecendo-se que latrocínio é apenas o nome de um crime e não a causa dele. “E se foi ‘latrocínio’ está descartada a homofobia”, assevera o comentador de política online. Pois sim.

Causas são coisas tão complicadas em Filosofia, que a Física de Aristóteles inventou uma teoria das quatro causas (material, eficiente, formal e final) que nos quebra a cabeça até hoje. E se sairmos para o território da Física para as Ciências Sociais e a Psicologia, a vida não fica mais fácil. Um sujeito, padecendo de amor não correspondido, lança-se, em desatino, do alto de uma ponte sobre o rio e morre. O que causou a sua morte? O afogamento e o impacto da queda, com certeza. Alguém dirá acertadamente que ele próprio matou-se – suicídio. Outros dirão que morreu de amor e estarão igualmente certos. Mas se não houvesse força de gravidade, o coitado do nosso amigo morreria? Além do mais, ao fim e ao cabo, morreu porque estava vivo, já que os mortos não morrem, exceto em TheWalkingDead. 

Agora, pensem comigo. Imaginem que algum desses ícones da vida noturna e “marginal” das metrópoles – um morador de rua, uma prostituta de calçada, um travesti – seja assassinado brutalmente, como é tão comum, numa dessas madrugadas da invisibilidade. Como eram pobres e não havia nada neles a ser levado, exceto a vida, o Dr. Delegado terá que descartar o reconfortante latrocínio. Ainda assim serão exploradas as hipóteses de rixa e acertos de contas, que são as perenes hipóteses número 2 para o submundo – coisa lá entre eles. Haverá a possibilidade de que o Dr. Delegado possa inferir, dos dados disponíveis, da sua formação policial ou da sua enciclopédia pessoal sobre a vida que esses humanos aí foram mortos porque os seus assassinos compartilhavam o preconceito socialmente estabelecido de que certos tipos de vida são dispensáveis? A repugnância pela “sujeira social”, representada pelos tipos de vida que são identificados como margens (pq. vistos do nosso centro), não é causa dos comportamentos de “higienização” homicida tão típicos dos dias que correm? Muitos compartilham esta repugnância, mas é certamente poucos os que resolvem “tomar providências” – aquelas providências que terminam em um índio incendiado porque dormia na rua aqui, crianças massacradas na Candelária ali, prostitutas, travestis, homossexuais assassinados em bases cotidianas no Brasil afora. 

Claro, podemos brincar de achar e descartar causas (“causas” são de tantos tipos mesmos, não é Aristóteles?), principalmente as causas que não nos incomodem e impliquem, aquelas que afetem apenas vítima e assassino e os isolem de nós. Assim, quem compartilha as premissas psíquicas e normativas da repugnância que move a mão que mata pode continuar mantendo os seus “valores” sossegadamente, já que as suas mãos estão limpas. A vítima foi quem assumiu o comportamento de risco e o assassino é um louco que não tem nada a ver comigo. Imagino os pacíficos noruegueses do bem, mesmo que compartilhem as premissas de ódio contra imigrantes, traçando um círculo ao redor de Anders Behring Breivik, o sujeito que levou a premissa a um ponto tão radical que resolveu “tomar providências”. Não temos nada a ver com isso, dirão. Assim como traçaremos um círculo ao redor dos que matam homossexuais na noite, para isolá-los de nós e não assumirmos que compartilhamos com ele as premissas medonhas que são, sim, causa das mortes de que, em geral, nem ouvimos falar nos dias seguintes, confinadas à crônica policial. 

De certas mortes, entretanto, é preciso impossíveis acrobacias intelectuais e morais para que se possa descartar o ódio como causa, mesmo que outras causas possam ser, plausivelmente, incluídas no pacote. Mata-se para roubar o homossexual que buscava sexo na noite, sim; mas quem acredita que a questão sexual e o desprezo (mas também desejo, talvez) pela orientação homossexual não são uma causa do ódio que mata, só pode fazer isso por má fé. Mata-se por espancamento um menino que namorava na noite. Para roubar-lhe uns aparelhos eletrônicos (precisa-se matar para isso?)? Porque era “marginal” e, portanto, descartável? Porque era homossexual e, portanto, podia ser descartado pela bestial faxina moral por meio do assassinato? 

Se há alguma dúvida aqui é simplesmente esta: qual é a causa que o nosso conforto social vai descartar hoje? Ou vamos sair da nossa zona de conforto espiritual e assumir, sim, que a sociedade que compartilha o ódio ou o desprezo pela sexualidade homossexual tem as mãos sujas de sangue, mesmo que não tome providências para matá-los? Afinal o “não acho que foi por homofobia” é tão tranquilizante e simples, mas não nos torna pessoas melhores em certos casos.

 

 

transfobia

 

Finalmente tem se dado mais destaque a esse terrível sintoma de doença mental que é ahomotransfobia. Mas será que conseguimos entender bem o que é isso? Primeiro vamos compreender o que é um sintoma.

 

Tudo é sintoma, se somos falantes, tímidos, alegres, sorumbáticos, desonestos, militantes. Nossos traumas (falo de força de energia e não de sentimento ou algo ruim) vão marcando nossas primeiras experiências e organizando aquilo que “queremos” que seja nosso eu, aquilo que não queremos, nossa mente trata de recalcar, isto é, guardar num local que não temos acesso. O chamado inconsciente.

 

Então, quando fala que todos são bissexuais, o psicanalista austríaco está falando que a mãe é o primeiro objeto de amor e o pai o segundo, ele representa o desejo da mãe. Mas essa é a corrente terna, isto é, um amor sem tesão. Mas é amor, é desejo. Qual criança nunca se enfiou no meio da cama dos pais, os separando ou querendo estar lá?

 

Na adolescência vem a corrente sexual, já sabemos o que é desejar, e as orientações (não escolha, nem opção) surgem. É comum meninas escovando cabelo umas da outras, ou rapazes com piadas sexuais, atitudes mais raras entre adultos.

 

Numa sociedade como a nossa, com forte repressão sobre a homossexualidade, muitos escondem de si, inclusive o psicanalista brasileiro Antonio Quinet, no livro “Homossexualidades”, aponta que muitos garotos gays foram para igreja pela falta de desejo por mulheres. Toda essa explicação para dizer que a homotransfobia tem graus.

 

superpride

 

Escala de Allport

 

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.  (Redirecionado de Escala de allport)

Escala de Allport é um método para medir o preconceito numa sociedade. Também é conhecida por Escala de Preconceito e Discriminação de Allport ou Escala de Preconceito de Allport. Ela foi descrita pelo psicólogo Gordon Allport em seu livro The Nature of Prejudice (1954).

A escala de Allport – vai de 1 a 5.

Nível 1 – Antilocução

Antilocução significa um grupo majoritário fazendo piadas abertamente sobre um grupo minoritário. A fala se dá em termos de estereótiposnegativos e imagens negativas. Isto também é chamado de incitamento ao ódio. É geralmente vista como inofensiva pela maioria. A antilocução por si mesma pode não ser danosa, mas estabelece o cenário para erupções mais sérias de preconceito.

Por exemplo, piadas sobre portugueses (no Brasil), brasileiros (em Portugal), negros, gays etc.

Nível 2 – Esquiva

O contato com as pessoas do grupo minoritário passa a ser ativamente evitado pelos membros do grupo majoritário. Pode não se pretender fazer mal diretamente, mas o mal é feito através do isolamento.

Nível 3 – Discriminação

O grupo minoritário é discriminado negando-lhe oportunidades e serviços e acrescentando preconceito à ação. Os comportamentos têm por objetivo específico prejudicar o grupo minoritário impedindo-o de atingir seus objetivos, obtendo educação ou empregos etc. O grupo majoritário está tentando ativamente prejudicar o minoritário.

Nível 4 – Ataque Físico

O grupo majoritário vandaliza as coisas do grupo minoritário, queimam propriedades e desempenham ataques violentos contra indivíduos e grupos. Danos físicos são perpetrados contra os membros do grupo minoritário. Por exemplo, linchamento de negros nos Estados Unidos da América, pogroms contra os judeus na Europa, e a aplicação de pixe e penas em mórmons nos EUA dos anos 1800.

Nível 5 – Extermínio

O grupo majoritário busca a exterminação do grupo minoritário. Eles tentam liquidar todo um grupo de pessoas (por exemplo, a população dos índios norte-americanos, a Solução Final para o Problema Judeu, a Limpeza Étnica na Bósnia etc).

 

 

 

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Homofobia Internalizada

 

Manifestações:

 

Por Dr. Warren J. Blumenfeld

 

1. Negação da sua orientação sexual (do reconhecimento das suas atracões emocionais e sexuais) para si mesmo e perante os outros.

 

2. Tentativas de mudar a sua orientação sexual.

 

3. Sentir que nunca se é “suficientemente bom” (por vezes tendência para o “perfeccionismo”).

 

4. Pensamentos obsessivos e/ou comportamentos compulsivos.

 

5. Fraco sucesso escolar e/ou profissional; ou sucesso escolar e/ou profissional excepcional, como forma de ser aceito.

 

6. Desenvolvimento emocional e/ou cognitivo atrasado.

 

7. Baixa auto-estima e imagem negativa do próprio corpo.

 

8. Desprezo pelos membros mais “assumidos” e “óbvios” da comunidade Gay, Lésbica, Bissexual e Transgênero.

 

9. Desprezo por aqueles que ainda se encontram nas primeiras fases de assumir a sua homossexualidade.

 

10. Negação de que a homofobia/o heterossexismo/a bifobia/a transfobia/o sexismo são de fato problemas sociais sérios.

 

11. Desprezo por aqueles que não são como nós; e/ou desprezo por aqueles que se parecem connosco.

 

12. Projeção de preconceitos num outro grupo alvo (reforçado pelos preconceitos já existentes nasociedade).

 

13. Tornar-se psicológica ou fisicamente abusivo; ou permanecer num relacionamento abusivo.

 

14. Tentativas de passar por heterossexual, casando, por vezes, com alguém do sexo oposto para ganhar aprovação social ou na esperança de “se curar”.

 

15. Crescente medo e afastamento de amigos e familiares.

 

16. Vergonha e/ou depressão; defensividade; raiva e/ou ressentimento.

 

17. Esforçar-se pouco ou abandonar a escola; faltar ao trabalho/fraca produtividade.

 

18. Controlo contínuo dos seus comportamentos, maneirismos, crenças e ideias.

 

19. Fazer os outros rir através de mímicas exageradas dos estereótipos negativos da sociedade.

 

20. Desconfiança e crítica destrutiva a líderes da comunidade GLBT.

 

21. Relutância em estar ao pé ou em mostrar preocupação por crianças por medo de ser considerado “pedófilo”.

 

22. Problemas com as autoridades.

 

23. Práticas sexuais não seguras e outros comportamentos destrutivos e de risco (incluindo riscos de gravidez e de ser infectado com HIV).

 

24. Separar sexo e amor e/ou medo de intimidade. Por vezes pouco ou nenhum desejo sexual e/oucelibato.

 

25. Abuso de substâncias (incluindo comida, álcool, drogas e outras).

 

26. Desejo, tentativa e concretização de suicídio.

 

Fatos:

 

1. A homofobia/o heterossexismo/a bifobia/a transfobia são formas de opressão, não são simples medos.

 

2. A homofobia/o heterossexismo/a bifobia/a transfobia estão infiltrados na sociedade.

 

3. É difícil não internalizar as noções negativas da sociedade em relação à homossexualidade,bissexualidade e transgenderismo.

 

4. Não temos culpa se internalizamos estas noções negativas.

 

5. Há passos que podem ser dados para reduzir, ou mesmo eliminar, a opressão internalizada.

 

6. Trabalhar para eliminar a opressão internalizada é um processo longo – por vezes de uma vida inteira.

 

*Traduzido de “Internalized Homophobia: From Denial to Action – An Interactive Workshop”

 

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Homofobia (homo, pseudoprefixo de homossexual[1]fobia do grego φόβος “medo”, “aversão irreprimível”[2]) é uma série de atitudes e sentimentos negativos em relação a lésbicas, gays, bissexuaise, em alguns casos, contra transgêneros e pessoas intersexuais. As definições referem-se variavelmente a antipatia, desprezo, preconceito, aversão e medo irracional.[3][4][5] A homofobia é observada como um comportamento crítico e hostil, assim como a discriminação[3][4] e a violência com base em uma percepção de orientação não heterossexual. Em um discurso de 1998, a autora, ativista e líder dos direitos civis, Coretta Scott King, declarou: “A homofobia é como o racismo, o anti-semitismo e outras formas de intolerância na medida em que procura desumanizar um grande grupo de pessoas, negar a suahumanidade, dignidade e personalidade.”[6] Em 1991, a Anistia Internacional passou a considerar a discriminação contra homossexuais uma violação aos direitos humanos.[7]

 

Entre as formas mais discutidas estão a homofobia institucionalizada (por exemplo, patrocinada porreligiões[8] ou pelo Estado[9]), a lesbofobia, a homofobia como uma intersecção entre homofobia esexismo contra as lésbicas, e a homofobia internalizada, uma forma de homofobia entre as pessoas que experimentam atração pelo mesmo sexo, independentemente de se identificarem como LGBT.

 

Em maio de 2011, em referência ao Dia Internacional contra a Homofobia, a Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, declarou:

 

“[…] Em última análise, a homofobia e a transfobia não são diferentes do sexismo, da misoginia, do racismo ou da xenofobia. Mas enquanto essas últimas formas de preconceito são universalmente condenadas pelos governos, a homofobia e a transfobia são muitas vezes negligenciadas. A história nos mostra o terrível preço humano da discriminação e do preconceito. Ninguém tem o direito de tratar um grupo de pessoas como sendo de menor valor, menos merecedores ou menos dignos de respeito. […]”[10]

Homofobia no Brasil ainda é um problema presente e constante, havendo estatísticas compiladas peloGrupo Gay da Bahia (GGB) que sugerem que o Brasil é o país com a maior quantidade de registros decrimes homofóbicos do mundo, seguido pelo México e pelos Estados Unidos.[1] De acordo com o GGB, um homossexual é morto a cada 36 horas no país.[2]

Segundo o professor Luiz Mott, fundador do GGB e membro do departamento de antropologia daUniversidade Federal da Bahia, a homofobia é uma “epidemia nacional”. Ele assevera que o Brasil “é o campeão mundial em assassinatos de homossexuais, sendo que a cada três dias um homossexual é barbaramente assassinado, vítima da homofobia.”[3] Para a advogada Margarida Pressburger, membro do Subcomitê de Prevenção da Tortura da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil ainda é “um país racista e homofóbico.”[4]

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Suicídio Ou Assassinato?

Um Outro Crime Por Trás Da Prática

Homofóbica

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 Autores:
Laionel Vieira da Silva
Bruno Rafael Silva Nogueira Barbosa

 

Resumo

Vivemos hoje em uma cultura homofóbica, com a constante manifestação dos sentimentos negativos aos homossexuais, os quais enquanto vítimas de homofobia podem chegar a sofrer com uma baixa autoestima, depressão e por vezes (casos mais extremos) a prática do suicídio. O presente estudo tem como objetivo refletir acerca da relação entre homofobia e a prática de suicídio. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica. Foram encontrados relatos de jovens que já pensaram em cometer suicídio devido à prática homofóbica na qual foram vítimas, bem como notícias de jovens que cometeram suicídio. Os resultados atentam para a necessidade de se enxergar o fenômeno homofóbico como um crime contra a vida, da maneira como ele realmente se expressa.
 
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 Índice Wikipédia

 

 

 

 

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Homofobia É Racismo

 

Por Alexey Dodsworth

 

Macaco, preto fedido, chimpanzé, tição, urubu. Você dificilmente ouvirá estes termos desprezíveis serem ditos nos dias de hoje, e quem os disser tem plena consciência de que poderá ser processado e eventualmente encarcerado. Racismo é crime. Mas não pense você que as coisas foram sempre assim. Presenciei muito deste tipo de xingamento quando era um adolescente nos anos 80, em Salvador. Em Salvador, cidade de maioria negra! Perdi a conta de quantas vezes vi pessoas negras serem alvo deste tipo de impropério. Já tive colegas que mudaram de escola por não suportarem as ofensas envolvendo a cor de suas peles. Por conta da criminalização do racismo em 1988, paulatinamente a sociedade incorporou o fato de que determinadas expressões são intoleráveis. E eu não vejo ninguém relativizar o racismo, defendendo a “liberdade de expressão” para quem queira usar estes termos asquerosos. É inegociável. Falou, vai preso. Nenhuma liberdade pode se pretender absoluta, nem a de expressão. Ou, melhor dizendo: somos livres para fazer o que quisermos e dizer o que quisermos, mas para tudo há um preço.

 

Se estes termos pejorativos dirigidos contra negros nos são – agora! – intoleráveis, por que toleramos bicha, viado, baitola, boiola, frutinha? Ora, dirão alguns, Bolsonaro não é racista, ele se confundiu com a pergunta, pensou que Preta Gil estava a falar de gays. Vou contar um segredinho: homofobia é racismo. Isso mesmo. “Racismo” significa sustentar a suposta inferioridade ou superioridade de um determinado agrupamento de pessoas, agrupamento este definido por alguma característica distintiva comum. Pode ser cor de pele, mas não necessariamente. E se digo isso, não é por mera retórica. Há precedentes, há jurisprudência no Brasil sobre isso. Pessoas já foram processadas por demitir funcionários que se revelaram gays, e o processo se amparou na lei antiracismo.

 

Deste modo, achar que Bolsonaro não cometeu um crime grave por fazer declarações contra gays e não contra negros constitui equívoco de pensamento. A matriz que norteia o discurso homofóbico de Bolsonaro é absolutamente a mesma de quem faz declarações preconceituosas contra negros. Vejamos o que faz Bolsonaro: ele sustenta a opinião de que todos os indivíduos homossexuais são doentes e promíscuos. Esta afirmação perversa constitui ofensa moral a milhões de brasileiros.

 

Homofobia é um tipo de racismo, tanto quanto intolerância religiosa é um tipo de racismo. E se você discorda, considere isso:

 

1. Pessoas que odeiam gays, religiosos ou qualquer outro tipo de agrupamento distintivo costumam se referir ao grupo que odeiam como “esta raça”. Se não é racismo, por que se referem ao grupo como “raça”? Fato: o ofensor considera o grupo odiado como uma raça à parte. Sua própria linguagem o entrega.

 

2. Há jurisprudência no Brasil no tocante a considerar a homofobia um tipo de racismo. Antigamente, eu considerava o PL122 desnecessário, supérfluo, por entender que já está implícito na lei que constitui crime perseguir e discriminar pessoas, ou mesmo ofendê-las moralmente, por conta de suas características singulares. No meu entender, discriminar uma pessoa por ser gorda, magra, negra, branca, atéia, religiosa, homo ou heterossexual é tudo preconceito, e preconceito é crime. Ponto final. Ou deveria ser um ponto final. O problema – e fui fortemente convencido disso ao ver um sem-fim de casos em que o agressor se fez de sonso – é que, ao que parece, as pessoas precisam de tudo bem definidinho. Tem gente que acha que perseguir negros não pode, mas perseguir gays pode. Não, não pode. Toda a discussão em torno do PL122 evoca argumentos que são exatamente os mesmos dos anos 80, quando se idealizou a lei contra o racismo. Os que eram contra esta lei afirmavam que se tratava de um “privilégio”, de uma “proteção diferenciada”. Bem, se a interpretação é esta, só me resta responder que isso se fez necessário porque a sociedade fez por merecer.

 

Vejam esta notícia: Vôlei: Atleta gay sofre com homofobia e clube aciona o STJD

 

Digamos que o jogador fosse negro, e não gay. E que as ofensas proferidas fossem macaco, preto fedido, chimpanzé.

 

Por que isso seria “mais grave” do que ofender o jogador, homossexual que é, num coro geral que brada “bicha, bicha”?

 

Se surgiu a necessidade de alterações específicas na lei antidiscriminação para incorporar “homofobia”, é porque – ao que parece – muita gente ainda acha que este tipo de preconceito é permitido e tolerado.

 

Enquanto isso, em outros países, a coisa é diferente. Já ficou entendido que não se pode agredir moralmente um grupo, qualquer que seja, e sair incólume. Na Inglaterra, a polícia está à procura de um rapaz que cola adesivos homofóbicos pela cidade. Será a Inglaterra um país que cerceia a liberdade de expressão? Ou nós é que ainda não entendemos o que isso significAlguns otimistas dizem que o fato de o CQC ter exposto Bolsonaro na TV foi um bem. Dizem os otimistas que isso expôs o preconceito do deputado. Vocês acham que isso fará com que ele perca votos? Eu não duvido que venha mesmo a perder. Mas na medida em que ele se dá ao direito de chamar os outros de bichas, viados e declarar que homossexuais são doentes e promíscuos, na medida em que ele diz o que diz e sai impune, dá um péssimo exemplo para o povo brasileiro. E o resultado é esta onda de ódio que ora se levanta. Ou vocês acham que não existe relação entre o súbito ataque moral realizado contra o jogador de vôlei e o episódio envolvendo Bolsonaro? Pode ser coincidência, claro. Infelizmente, acho que não é. Bolsonaro abriu o precedente para que todos se sintam confortáveis para urrar, numa só voz, com toda sensação de segurança deste mundo: bicha, viado, frutinha.

 

Não alcançamos o ideal dos Direitos Humanos por meras criminalizações. Mas a criminalização tem, sim, importante valor educativo. Até imagino que uns e outros que leiam este texto sejam racistas, e nada neste mundo pode modificar o que se passa na mente de uma pessoa se ela não quiser. Duvido, entretanto, que com todo o racismo que tenham, cometam a imprudência de xingar um negro de “macaco”.

 

Há os que argumentam que isso é uma “ditadura do politicamente correto”. Falam isso até sentirem na pele. Na real, falar contra procedimentos politicamente corretos nada mais é do que pleitear o direito de dizer babaquices. E então você sustenta o direito de se referir pejorativamente a outros seres humanos, até que acontece contigo o que ocorreu com Diogo Mainardi: teve um filho com problemas cerebrais. Cito, então, um trecho da revelação filosófica vivenciada por Mainardi:

 


A paralisia cerebral de meu filho também me fez compreender o peso das palavras. Eu achava que as palavras eram inofensivas, que não precisavam de explicações, de intermediações. Para mim, o politicamente correto era puro folclore americano. Já não penso assim. Paralisia cerebral é um termo que dá medo. É associado, por exemplo, ao retardamento mental. Eu não teria problemas se meu filho fosse retardado mental. Minha opinião sobre a inteligência humana é tão baixa que não vejo muita diferença entre uma pessoa e outra. Só que meu filho não é retardado. E acho que não iria gostar de ser tratado como tal.

 

Nada mais a dizer. Onde a lógica se revela insuficiente, a vida ensina.

 

Texto inicialmente postado no blog Devir

 

 

Lançamento, na sede da ONU em Nova York,

a Campanha Livres e Iguais no Brasil

 

 

 

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“A homofobia e a transfobia constituem espécies do gênero racismo, na medida em que racismo é toda ideologia que pregue a superioridade/inferioridade de um grupo relativamente a outro (a homofobia e a transfobia implicam necessariamente na inferiorização da população LGBT relativamente a pessoas heterossexuais – que se identificam com o próprio gênero)”  –  Adv. Paulo Roberto Vecchiatti.

 

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MÃE CONTA HISTÓRIA REAL DE FILHO GAY MORTO EM “SÓ POR ELE RESPIRAR”.

 

 

 

A história da homossexualidade e a luta pela dignidade

 

Durante décadas, com base em teorias científicas diversas, a homossexualidade foi considerada uma doença mental e os gays, submetidos aos mais absurdos tratamentos. Somente em 1990 a OMS a retirou da condição de patologia

 

Texto Cláudia de Castro Lima | Design Villas | 13/11/2012 17h15

 

No outono de 1933, o campo de concentração nazista de Fuhlsbuttel, no norte de Hamburgo, na Alemanha, foi o primeiro a começar a receber uma nova categoria de presos. Mal desciam dos trens, eram marcados com a letra A, mais tarde substituída por um triângulo cor-de-rosa. Diferentemente de suas intenções em relação aos judeus e ciganos, os soldados nazistas não pretendiam exterminar os homossexuais. Queriam “curá-los”. Para isso, os prisioneiros foram submetidos a alguns tratamentos bizarros e cruéis – de acordo com a teoria científica vigente à época, a homossexualidade era uma patologia mental.

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Nos campos de concentração da Alemanha nazista, os homossexuais tinham os piores trabalhos e eram vistos como doentes e pervertidos até pelos demais confinados. No campo de Flossenbürg, os nazistas abriram uma casa de prostituição e forçavam os homossexuais a visitá-la. Os gays que se “curavam” eram enviados por “bom comportamento” para uma divisão militar para combater os russos. Outro tratamento oferecido aos homossexuais foi elaborado pelo endocrinologista nazista holandês Carl Vaernet. Ele castrou seus pacientes no campo de Buchenwald e depois injetou doses muito altas de hormônios masculinos, para observar sinais de “masculinização”. Estima-se que 55% dos gays que entraram nos campos de concentração morreram – algo entre 5 mil e 15 mil pessoas. O fim da guerra, no entanto, não trouxe alento. Americanos e britânicos forçaram os homossexuais a cumprir o restante da pena que os nazistas tinham imposto a eles em prisões normais.

Em um campo de concentração, nazistas abriram um local para auxiliar na “cura” dos gays. Um dos tratamentos “clínicos” era a lobotomia

As teorias científicas que classificaram a homossexualidade como doença começaram a despontar na Europa no fim do século 19. Somente um século depois, a Organização Mundial da Saúde retirou-a do Manual de Diagnóstico e Estatística dos Distúrbios Mentais, que a classificava como desvio ou perversão – assim, aboliu o termo “homossexualismo”, já que “ismo”, em saúde, é um sufixo que caracteriza condição patológica. A ação, tardia, foi resultado de uma dura e dolorosa briga pelos direitos dos homossexuais. De hábito cultural na Antiguidade, a condição homossexual virou pecado na Idade Média, crime na Moderna e patologia (com direito a tratamentos que incluíam choques elétricos e lobotomia) até pouco tempo atrás.No começo do século 19, o homossexual era tratado ao mesmo tempo como um anormal e um pervertido. “A medicina, desde o fim do século 18, tomou emprestada a concepção clerical da homossexualidade e esta se tornou uma doença, ou melhor, uma enfermidade que um exame clínico podia diagnosticar”, afirma o historiador medievalista Philippe Ariès.”Em meados de 1850, médicos europeus começaram a pesquisar sobre a homossexualidade, o que aos poucos deu ensejo a uma nova percepção de que a condição era relativamente endêmica a certos indivíduos e (segundo o julgamento da maior parte dos especialistas) patológica”, afirma Peter Stearns em seu livro História da Sexualidade. “Cada vez mais, cientistas argumentavam que a homossexualidade era um traço de caráter que se desenvolvia como resultado de alguma falha na educação infantil.” Acompanhando o discurso da ciência, o médico austro-húngaro Karoly Maria Benkert criou o termo “homossexualidade” para designar todas as formas de relação carnal entre pessoas do mesmo sexo. No fim do século 19, médicos criaram a sexologia. Seus trabalhos foram influenciados pelas teorias de um psiquiatra austríaco, Richard Von Krafft-Ebing, que a considerava uma tara ou uma degeneração. Em seu livro Psychopathia Sexualis, publicado em 1886, listou todas as formas possíveis de perversão, numa espécie de catálogo – a homossexualidade, claro, constava dele.

Em 1969, a polícia de Nova York invadiu o bar Stonewall Inn, frequentado por homossexuais, e prendeu 200 pessoas. Foi recebida na rua com pedras e garrafas. Era o início do “Gay Power”

Foi no meio dessa turbulência que um caso tornou-se emblemático na história dos direitos dos homossexuais: o do escritor e dramaturgo irlandês Oscar Wilde. Casado e pai de dois filhos, Wilde teve várias relações com homens e apaixonou-se por Alfred Douglas, filho do marquês de Queensberry. Os dois conheceram o submundo homossexual de Londres, que frequentavam para satisfazer suas predileções por jovens da classe operária. O pai de Alfred Douglas acusou Wilde e o filho de manterem uma “relação repugnante e chocante”. O dramaturgo processou o marquês por difamação, só que o processo virou-se contra ele. Citado por sodomia com pelo menos dez jovens, acabou declarado culpado por atentado ao pudor e condenado a dois anos de trabalhos forçados.

“Tratamentos” para o homossexualismo não tardaram a surgir. Hipnose, castração e terapias reparativas para alterar as preferências e desejos dos pacientes foram tentadas. Uma terapia usada era a lobotomia – cirurgia que retirava uma parte do cérebro. Na Alemanha Ocidental, elas só deixaram de ser aplicadas em 1979. Na Dinamarca, o número de pessoas submetidas à operação foi de 3,5 mil, sendo a última em 1981. Nos EUA, as vítimas chegam à casa das dezenas de milhares.

A situação começou a ser revertida só na última metade do século 20. Em 28 de junho de 1969, detetives à paisana entraram no bar Stonewall Inn, em Nova York, e expulsaram cerca de 200 clientes gays de lá. Ao saírem do bar com os presos, foram recebidos na rua por uma multidão revoltada com a frequência dos abusos, que atirou pedras e garrafas. Os distúrbios de Stonewall deram origem ao “Gay Power” e marcaram o início dos protestos públicos contra a discriminação de homossexuais.

“As manifestações sozinhas não seriam lembradas hoje por transformar políticas e vidas gays se não fossem seguidas por organizações que transformaram a afronta pura em força social contínua”, afirma a jornalista Sherry Wolf em Sexuality and Socialism: History, Politics and Theory of LGBT Liberation (inédito em português). Os ativistas perceberam ser preciso organização para combater a homofobia – um dos pontos principais era fazer com que as pessoas não tivessem mais medo ou vergonha de sair do armário. Vários protestos foram marcados, criaram-se grupos ativistas e jornais com propostas gays, como Come Out! e Gay Power, para expressar o desejo de uma imprensa independente e militante. Em junho de 1970, as primeiras marchas do orgulho gay aconteceram em Los Angeles, São Francisco, Chicago e Nova York. Uma das principais vitórias aconteceu em 1970, quando o cofundador dos Panteras Negras, Huey Newton, expressou publicamente seu apoio ao movimento pró-gay – era a primeira vez que um movimento ativista majoritariamente heterossexual fazia isso. Os homossexuais comemoraram ainda mais quando, em 1973, a Associação de Psiquiatria Americana desclassificou a homossexualidade como patologia. Os danos que as chamadas “terapias de reversão” causavam aos pacientes foram trazidos à tona.

O professor do departamento de Psicologia Clínica da Unesp Fernando Silva Teixeira Filho aponta para pessoas como o político e ativista Harvey Milk como decisivas na luta contra o preconceito. “Milk estabeleceu princípios claros de luta: a busca por direitos iguais a todos os seres humanos, independentemente de orientação sexual ou credo”, afirma.

Em 1981, o Conselho Europeu emitiu uma resolução exortando seus membros a descriminalizar a homossexualidade. Em 1990, a Organização Mundial de Saúde declarou que “a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão”. Três anos depois, a nova classificação entrou em vigor nos países-membros nas Nações Unidas. No Brasil, deixou de ser tratada por psicólogos em 1999. Na contramão, os autointitulados “psicólogos de Cristo” se propõem a “curar” gays . E há projetos de lei como o do deputado João Campos (PSDB-GO), que pretende sustar dois artigos da lei cujo texto proíbe os psicólogos de emitir opiniões públicas ou tratar a homossexualidade como doença. A Câmara dos Deputados discutiu em junho pela primeira vez o projeto de “cura gay”.

Harvey Milk e são francisco

Como um dono de loja ajudou a tornar a cidade porto seguro para homossexuais

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São Francisco é conhecida por ser o “paraíso gay” mundial. A descoberta de ouro a partir de 1848 fez o vilarejo portuário transformar-se radicalmente. Mais de 300 mil homens chegaram de toda parte e 90% da população do local passou a ser masculina. “A preservação da virtude e dignidade era um esforço tão desanimador quanto uma colina de São Francisco”, escreve William Lipsky, autor de Gay and Lesbian San Francisco (sem versão em português). “Com poucas mulheres na cidade e menos ainda nas minas, os homens olharam uns para os outros para buscar todo tipo de conforto.” Os poucos saloons, pensões e clubes ficavam lotados de homens, que viviam muito próximos uns dos outros e ainda tinham de dividir todo tipo de intimidade, do banheiro aos cobertores. A população gay de São Francisco sofreu impacto semelhante mais tarde outra vez, com a Segunda Guerra. Na época, todo militar americano suspeito de ser homossexual era enviado para a cidade, para ser avaliado por uma junta que decidiria se ele continuaria ou não na carreira. Entre 1941 e 1945, quase 10 mil gays e lésbicas foram dispensados do serviço militar – e muitos ficaram por lá. Criaram assim, perto da baía, uma vizinhança gay friendly. Durante a década de 1970, muitos gays abriram negócios no bairro de Castro. Foi quando despontou a figura de Harvey Milk. O judeu nascido em Nova York, ex-oficial da Marinha e analista de seguros em Wall Street, mudou-se para São Francisco em 1972 decidido a não esconder mais sua homossexualidade. Abriu uma loja de fotografia no bairro, envolveu-se com questões sociais, descobriu a vocação política e conseguiu, em 1977, eleger-se para o Comitê de Supervisores de São Francisco – o primeiro político abertamente homossexual a ser eleito. Foi assassinado por um colega homofóbico junto com o prefeito da cidade, George Moscone.

Os gays no Brasil

No país, 10,4% dos homens são homo ou bissexuais e 6,3% das brasileiras são lésbicas ou bissexuais (fonte: Carmira Abdo/IUSP)

O crime por sodomia já era previsto em lei desde o Descobrimento, segundo as Ordenações Manuelinas, que vigoravam em Portugal: era comparado ao de lesa-majestade, segundo o jornalista, dramaturgo e cineasta João Silvério Trevisan em seu livro Devassos no Paraíso. O código seguinte, as Ordenações Filipinas, que durou até o Império, previa que os homossexuais fossem queimados e seus bens, confiscados. Como ocorreu no resto do mundo, as teorias higienistas atingiram o Brasil no século 19. Avaliações supostamente científicas começaram a ser produzidas por aqui. O jurista José Viveiros de Castro relacionou na época, por exemplo, as possíveis causas da “anomalia”: “loucura erótica” resultante de psicopatias sexuais, falhas hereditárias no desenvolvimento glandular, vida insalubre, alcoolismo e excesso de masturbação eram algumas. O país reconhece a união civil homossexual desde 2004 e, há dois anos, permite a adoção de crianças por casais do mesmo sexo. Transgêneros podem mudar de sexo legalmente. Mas o casamento homossexual é proibido e os gays ainda são vítimas de agressão física no país por causa de sua opção sexual.

Saiba mais

Livro

História da Sexualidade, Peter Stearns, Contexto, 2010

 

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A evolução histórica da intolerância a

 

homossexualidade

 

Muitos instrumentos, ao longo dos anos, foram criados para garantir a integridade física e moral do ser humano, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a declaração da UNESCO. No entanto, em pleno século 21 ainda se assiste cenas de barbárie praticadas contra o homem, além da perversa violação de seus direitos fundamentais.

 

No Brasil, a violência praticada contra homossexuais é alarmante, revelando um número assustador de crimes praticados nos últimos anos contra essa população, colocando-nos como campeão mundial em homicídios de homossexuais, onde, para cada cinco gays ou transgêneros mortos no mundo, quatro são brasileiros, o que coloca o país no topo dos países mais homofóbicos do mundo. [ Amplie seu estudo ]

 

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A HISTÓRIA DA HOMOSSEXUALIDADE

 

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A História dos Direitos Humanos

 

 

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Documentário Sobre Preconceito

 

 

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Curta-metragem “desENCAIXE”

 

Curta-metragem produzido pela Profa.Drª Edlene Oliveira Silva do Departamento de História da Universidade de Brasília – UnB que discute homossexualidade na escola.

 

 

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Héteros também são alvos da homofobia, 

mostra estudo

 

No Brasil, o preconceito contra homossexuais atinge não apenas os gays, mas também os héteros, sugere uma pesquisa. 

 

 

 

 

 

O estudo, conduzido por pesquisadores do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, concluiu que a homofobia, aqui, está ligada ao modo como as pessoas percebem as diferenças entre homens e mulheres. Isso quer dizer que, independentemente da orientação sexual, são as roupas, os trejeitos e os estereótipos de masculino e feminino que suscitam os preconceitos dos brasileiros.

 

O trabalho é baseado na dissertação de mestrado de um de seus autores, Angelo Brandelli Costa. De acordo com ele, que é doutorando em psicologia, a ideia foi criar um instrumento para avaliar a homofobia no caso brasileiro, “não simplesmente importando o conceito do contexto americano, onde ele foi criado”.

 

Segundo Costa, as conclusões da análise foram utilizadas para criar um novo instrumento de pesquisa sobre preconceito, que já está sendo utilizado no Rio Grande do Sul.

 

Os pesquisadores compilaram uma série de artigos sobre homofobia no Brasil publicados entre 1973 e 2011. Os artigos foram selecionados em diversas bases de dados acadêmicas a partir de palavras-chave como “homofobia”, “preconceito”, “discriminação” e “Brasil”. Dentre os que foram encontrados, os pesquisadores selecionaram somente aqueles baseados em estudos empíricos feitos no país.

 

Embora os trabalhos tivessem metodologias e bases diferentes, da análise dos artigos os pesquisadores puderam concluir que a homofobia –ou ainda o preconceito contra qualquer orientação que não a heterossexual– é um fenômeno disseminado no país e se faz presente em vários contextos, como no ambiente escolar ou nas relações de trabalho.

 

De acordo com a pesquisa, a homofobia no Brasil tem forte vínculo com o sexismo (discriminação baseada no sexo ou gênero) e o preconceito contra o não conformismo às normas de gênero (mulheres que têm comportamento considerado masculinizado, por exemplo).

 

Isso significa que homossexuais que tenham características consideradas compatíveis com seu sexo anatômico tendem a sofrer menos preconceito do que mulheres masculinizadas ou homens com trejeitos femininos.

 

Assim, mesmo uma pessoa heterossexual pode ser alvo de homofobia. “Se um menino não gostar de jogar futebol ou não adotar algum comportamento esperado [de alguém do sexo masculino], vai ser chamado de ‘bicha’ pelos colegas mesmo que seja heterossexual”, exemplifica.

 

Por esse motivo, o pesquisador acredita que, para que sejam eficazes, as ações contra a homofobia devem ter como alvo também o sexismo.

 

De acordo com o pesquisador, os artigos não indicam que, no Brasil, o preconceito contra não-heterossexuais esteja se tornando mais sutil. “O preconceito explícito ainda é muito forte, a pessoa não se sente obrigada a esconder [o preconceito], como acontece com o racismo.”

 

Fonte: Folha de São Paulo

 

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VIOLÊNCIA DOMESTICA NA POPULAÇÃO

HOMOSSEXUAL E OS DOGMAS RELIGIOSOS

 

Cuiabá, MT. A violência entre casais gays tem sido um prato cheio para imprensa. Em Mato grosso, no último dia 15, o infortúnio da história de Paulo Medina foi compartilhado com o mundo através da internet. Ele, homossexual assumido, diretor de uma importante Companhia de Dança de Cuiabá foi morto dentro de sua casa por homem com quem mantinha com um relacionamento afetivo. Os amigos e parentes da vítima contestaram o tratamento dado pela imprensa ao caso.

 

Pelo Facebook, a usuária Manu Manu disse: “As mídias ontem relataram o crime e me envergonho pela forma como a mídia relatou o acontecido e principalmente os comentários dos leiotores tremendamente preconceituosos: “morreu porque era bicha… Morreu porque era promíscuo. …Orientação sexual não revela caráter de ninguém. Tio Paulo para os íntimos, ou Paulo Medina era uma das pessoas mais generosas e carinhosas que conheci em minha vida”, desabafou a amiga.

 

O que esta de trás desse tipo notícia? Empresas manipulando informações públicas sobre a vida privadas das pessoas em busca da audiência e do lucro, exibindo os detalhes sórdidos e ajudando a solidificar o estereótipo de que os “gays são desajustados sociais”.  

 

Não é a primeira vez que um gay é morto pelo seu parceiro. E crimes entre casais gays acontecem com menos frequência do quem entre casais heteros, principalmente no âmbito doméstico. Não existem dados específicos, mas segundo o Mapa da Violência, escrito por Julio Jacobo Waiselfisz, em 2012 os assassinatos em ambiente domésticos entre os homens somam 14,3%. Já entre as mulheres, a taxa sobe para 41%.   

 

E a desgraça maior é ver como algo concreto, tangível como um assassinato se torna mecanismo abstrato que ajuda a fortalecer o poder exercido pela mídia a favor do sistema político, econômico e social brasileiro. Ora, o que podemos esperar de um país controlado por evangélicos fundamentalistas e de latifundiários loucos por dinheiro?  

 

Falar em criminalização dos gays, poder e influência da mídia e da politica e não falar das relações familiares é como falar da chuva sem considerar as nuvens Segundo dados do IBGE, a população evangélica é segunda maior do país, são mais de 43 milhões de pessoas. E o que fazer quando minha igreja diz que meu filho é um doente e que nele habita o próprio diabo?

 

 

 

 

Os dogmas religiosos levam a crê que a homossexualidade seja uma condição pecadora que gera infortúnios a toda sociedade. Dessa forma o filho ou filha gay deve se converter ou deve esconder sua homossexualidade para criar um falso clima de paz que pode durar a vida toda ou pode ser escancarado amanhã na página do jornal da sua cidade. 

 

Escrito por Rizza Matos

 

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A HOMOFOBIA

 

 

A homofobia, segundo Daniel Borrillo, é um resultado da hierarquia entre sexualidades. Não é resultado da hierarquia de gêneros. Nenhum homem gay é lido pela cultura como ”mulher”. Nem mesmo o mais afeminado dos homens. Ele será lido como um ”homem que deseja ser uma mulher” ou ”quer ocupar o lugar da mulher”. O homem gay é um desertor do gênero, um traidor da masculinidade hegemônica e um desviante. Em virtude de ser portador de uma masculinidade subalterna, ele é rechaçado e odiado. Este é o viés do sexismo atuando na homofobia. Não existe ”misoginia por procuração”. Somente mulheres ou pessoas lidas como mulheres sofrem o impacto da misoginia. Este viés sexista na homofobia entretanto, não é tudo que há para se falar sobre ela.

 

Homofobia também é o medo histérico de heterossexuais que surge em função da sua cultura pensar a homossexualidade como se ela fosse uma imagem invertida de si mesmos; a antiga expressão médica ”invertido” para se referir a gays aponta neste sentido. Em outras palavras, do ponto de vista da cultura heterossexista, existe apenas a heterossexualidade, apenas as relações entre homem e mulher são ontológicas. Neste contexto, a homossexualidade é a ”inversão” desta realidade. Isso provoca ódio e o medo de que outros ”heterossexuais” possam se contaminar também, ”mudar” sua natureza, ou a natureza dos seus filhos.

Evidência disso é a retórica antigay revelada durante a proibição do kit de combate à homofobia nas escolas. O kit foi chamado de ”kit gay” e se dizia que seu objetivo era ”ensinar as crianças a serem gays”. A fala da presidenta da república no período reforçou essa crença errõnea ao declarar que ”o governo não faria propaganda de opções sexuais”, uma ideia similar à lei Russa que proíbe ”propaganda gay”.

Homens gays são criados dentro de uma cultura que os odeia e os ensina a odiar-se. Mesmo gays ativistas têm demonstrado sintomas de homofobia internalizada. Observe o desconforto de muitos gays com a ideia de uma ”cultura gay”, ou um ”meio gay”. E isso não se aplica apenas aos ”gays armariados”. É raro uma minoria sentir tanto pavor do próprio gueto quanto as pessoas homossexuais.
O ”gueto” para os gays é em si um sinal de degeneração, e muitos se orgulham de ter amizades apenas com pessoas heterossexuais.

Uma matéria na internet sobre a possibilidade da fundação de uma nação gay provocou comentários escandalizados de vários gays; um deles em especial afirmou que viver num país só de gays ”seria um horror”.
É possível que mesmo tendo superado o ódio por si mesmos, muitos gays continuem odiando a homossexualidade nos outros.

Ao rastrear as origens da homofobia internalizada é necessário nunca esquecer da cultura que faz nascer esta homofobia em primeiro lugar; a cultura hegemônica e heterossexista, a cultura que nos é imposta desde que nascemos. ”Religião” é apenas um vetor de ”cultura”. Esquecer-se desse detalhe fará com quem a pessoa conviva com outras manifestações cuturais homofóbicas sem maiores preocupações, dado que pensará que toda a homofobia está ”aprisionada” no vetor religião.
A homofobia está também nas artes, nas representações discursivas, na política, nas instituições e nas ideologias.

por Walter Silva

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Música de Cindy Gomez em homenagem a jovem gay morto em 2009 | Grupo HPM

 

 

 
 

 

 
 

 

 
 

 

 
 

 

 
 

 

 
 

 

 
 

 

 
 

 

 

 

 

4 comentários em “73 ANOS DA DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DA PESSOA HUMANA

  1. eu sou contra
    o preconseito

  2. A criminalização da Homofobia JÁ!

  3. eu sou totalmente contra a homofobia

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